A imprensa noticia que mais um se mata, jogando-se do alto da Terceira Ponte que liga Vitória a Vila Velha e abala a comunidade, por tratar-se de um jovem atleta, bonito, saudável, cheio de vida e se pergunta por quê? 3ª PONTE, 275 SUICÍDIOS EM SETE MESES. Segundo apurei junto a fonte confiável na Prefeitura de Vitória, com o suicídio de uma linda e muita rica mulher de 42 anos no dia de ontem, 19/07/14, só este ano já foram 275 suicídios de pessoas que se jogaram do vão central da 3ª Ponte entre Vitória e Vila Velha.
É urgente que se
tome alguma providência para evitar tamanha calamidade. A construção da
ciclovia acabou com os suicídios.
Este texto que está no blog:
theodianobastos.blogspot.com
O Brasil
registra 30 suicídios por dia; problema afeta mais idosos e índios. O problema tem
avançado no país, suicídios aumentaram 12% em quatro anos. E mostram dados do
Ministério da Saúde.
Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil
está em oitavo dentre os países com maior número de suicídios, atrás de Índia,
China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coreia do Sul e Paquistão. Em 2013, contabilizou 11.821 suicídios (9.198
do sexo masculino e 2.623 do sexo feminino).
Taxa de suicídio cresce 43% em uma década, no
Brasil
“Quem quer se matar não quer terminar com a vida; quer acabar com a dor”
O que leva uma pessoa a
dar cabo da vida? Que caminhos percorre a sofrida mente humana até chegar à
extrema violência de acabar com a própria vida? Talvez uma somatória de tudo
isso. O escritor William Styron, na sua obra "Perto das Trevas", ele
mesmo quase-suicida, também observa que "Uma das manifestações é a
sensação de odiar a si mesmo, acrescida da completa falta de auto-estima"
e classifica a depressão como um distúrbio do espírito, avassaladora e
imprevisível, uma dor implacável e quase indescritível. "Examinando o ódio
a si próprio e a sua avassaladora força, não podemos deixar de ver nele uma
grande tragédia, talvez, mesmo, a maior tragédia da mente humana",
ressalta a psicanalista Karen Horney no seu livro “Neurose e Desenvolvimento
Humano”. Decidido a matar-se, William Styron encontrou forças para desistir de
seu louco intento e foi salvo ouvindo o Conserto para Piano e Orquestra nº 1 e
as Danças Húngaras, l, 3 e 10 de Johannes Brahms. "Não acho que a música
possa curar de modo algum, diz. Foi só um momento dramático de emoção para mim.
Quando ouvi aquela música, mexeu fundo comigo. Tinha a ver com o meu passado,
minha infância, minha mãe. Então, naquele momento em que estava perto do fim,
reuni forças e decidi salvar-me”.
A
música ajuda muito na cura das enfermidades da alma. "A música tem também
o poder de dissolver as tensões do coração e a violência de emoções
sombrias", consta do I Ching. A maioria dos suicídios poderia ser evitada
por meio do apoio, da ajuda de outras pessoas. Disse o autor de “Perto das
Trevas”, que se curou com a solidão, hospital, esboço literário e o passar do
tempo. "Eu quis mostrar que se elas (as pessoas deprimidas), têm ajuda,
podem melhorar. E mesmo que predomine a desesperança, a esperança é realmente a
resposta", conclui.
Escrever
é remédio, e ao mesmo tempo veneno. Nem sempre escrever para sair do buraco
resolve para quem não superou completamente os impulsos audodestrutivos. Muitos
escritores são atormentados emocionalmente, instáveis e problemáticos, haja
vista o número de escritores famosos: Ernest Hemingway, autor de obras como
“Por Quem os Sinos Dobram”, “Adeus às Armas”, “O Sol Também se Levanta”, “O
Velho e o Mar” etc., acabou com a vida quando se sentiu doente e não mais
poderia viver como sempre quis; Sándor Mároi, húngaro naturalizado americano,
autor de Veredicto de Canudos, sobre a saga de Antônio Conselheiro do sertão da
Bahia, aos 89 anos; Virgínia Woolf, Edgar Allan Poe, Anne Sexton, Sylvia Plath,
Primo Levi, Ana Cristina César, Yukio Mishima, considerado um dos maiores
escritores do século 20, suicidou-se de forma ritual aos 45 anos e muitos
outros que se suicidaram durante um período de grande produtividade literária;
Eleonor Marx, filha de Karl Marx, autor de “O Capital”, figura fundamental para
a propagação do movimento revolucionário, mulher intelectualmente brilhante e
emocionalmente dependente. Stefan Zweig (Viena, 28 de Novembro de 1881 — Petrópolis, 23 de Fevereiro de 1942) foi um escritor, romancista, poeta, dramaturgo, jornalista e biógrafo austríaco de origem judaica. A partir da década de 1920 e até sua morte foi um dos escritores mais famosos
e vendidos do mundo, autor de BRASIL, Pais do Futuro. Durante seu exílio no Brasil, deprimido com a expansão da barbárie nazista pela Europa, durante a Segunda Guerra Mundial, suicidou-se em 23/02/42, em Petrópolis, junto com sua esposa Charlotte
Elizabeth Altmann.
Nenhum desses famosos escritores conseguiu fazer com que o exercício criativo impedisse os impulsos do auto-extermínio, quando se desatam os laços que se tem com a família, os amigos e a comunidade, um ato desesperado de rebeldia e protesto, mas acima de tudo um gesto infeliz de desequilíbrio mental.
SINTOMAS DA DEPRESSÃO
Constam nos manuais da medicina: perda de vitalidade ou de interesse pela vida, dificuldade de concentração, sentimento de culpa, problemas de sono (excesso ou falta dele), pensamentos ou atos suicida, fadiga, alterações de apetite e peso (tanto ganho quanto perda), comprometimento da habilidade psicomotora (agitação ou lentidão), sérias alterações no sistema digestivo, dores físicas. E grade sofrimento emocional. “As pessoas têm vergonha de admitir suas angústias e aflições” alerta o psiquiatra americano Stephen Stahl, na matéria “A DOR DA ALMA DÓI NO CORPO” em Veja de 06/04/11 pág. 100.
Ernesto Sábato adverte: “Mas,
cuidado no caso de loucura. A diferença essencial é que o escritor pode chegar
até o mundo da loucura e regressar, o que não pode fazer o louco propriamente.”
Ao que Carlos Catania responde do diálogo: “No caso do louco, este será um
estado enquanto para o escritor tratar-se-á de uma visita?”
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