Nunca
tive uma árvore de Natal em casa, diz Gabriel.
O
responsável pelo imenso alcance que a história alcançou foi o Padre Júlio Lancellotti. Ele postou
as fotos em suas redes sociais após recebê-las do autor, o fotógrafo paraense
João Paulo Guimarães. Este texto está nos blogs: theodianobastos.blogspot.come e no
Facebook
"Eu
estava fotografando. De repente, vi o Gabriel puxar de dentro da sacola uma
árvore de Natal. E final de ano e com a pandemia acontecendo, as coisas tem
sido tão difíceis, né? Na hora eu
olhei aquilo ali, ele puxando aquela árvore, bateu aquela consciência do que
estava acontecendo, e comecei a chorar", relembra
João.
Esta
semana, João e o defensor público Eurico Arruda — que postou um vídeo que
acabou levando o fotógrafo até o lixão de Pinheiro — voltaram ao local com a
equipe do Fantástico. O advogado chama atenção para a situação de Gabriel e da
família dele, que é a de muitos outros brasileiros:
"Essas pessoas estão invisíveis. Elas estão excluídas. Isso
é uma afronta à dignidade humana: você se deparar com pessoas que estão vivendo
abaixo da linha da miséria. Isso nos choca como seres humanos. Nós temos a
missão de buscar justiça social para essas comunidades."
No Brasil, diariamente, 35 mil toneladas de lixo vão direto para
lixões. Onze anos após a criação da Lei de Resíduos Sólidos, que regulamenta o
descarte e prevê a criação de aterros sanitários, ainda há
mais de 2,6 mil lixões totalmente irregulares no país. No Maranhão, dos 217
municípios, apenas 11 descartam o lixo que produzem em aterros sanitários. Isso
significa que 95% das cidades ainda dependem dos lixões. Assista
à reportagem completa no vídeo acima.
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