domingo, 21 de abril de 2024

POBREZA E MISÉRIA PERSISTEM APESAR DOS PROGRAMAS SOCIAIS

 


Por THEODIANO BASTOS

CRISTOVAM BUARQUE, em seu artigo publicado na vista VEJA intitulado Democracia devedora, diz que a maior dívida é com a educação de base.

“Os que repudiam 1964 denunciam os golpistas, sem a autocrítica de onde os democratas erraram nos anos anteriores, e os que hoje celebram a redemocratização não percebem as dívidas que a democracia ainda tem com o Brasil. Apesar de o SUS e as Bolsas terem diminuído a penúria, o quadro de pobreza e miséria se mantém equivalente a 1985; ajudamos pobres, mas não implantamos estratégia para a abolição da pobreza. Nenhum passo estrutural foi dado para que o Brasil deixasse de ser campeão em desigualdade: mas não implantamos estratégia para a abolição da pobreza. Nenhum passo estrutural foi dado para que o Brasil deixasse de ser campeão em desigualdade: na verdade, os benefícios aos ricos cresceram aumentando a brecha na qualidade de vida entre o topo e a base da pirâmide social. A democracia explicitou a apartação brasileira e aumentou a violência nas cidades. A persistência da concentração de renda é uma dívida.

Depois de nove eleições presidenciais, de ampla liberdade, de instituições funcionando, a democracia ainda não fez as reformas de que a economia precisa. Foi incapaz de livrar o país da armadilha da baixa renda média, que não aumenta por falta de produtividade, de poupança, investimento, inventividade, empreendedorismo, competitividade, e por excesso de protecionismo, burocratismo, subsídios, ...

A democracia mantém o Estado brasileiro perdulário, ineficiente, corrupto e descomprometido com os interesses do povo. Ao manter os problemas sociais, econômicos e políticos, a democracia se mantém frágil e em dívida com ela própria: não enfrentou a permanente ameaça de interferência dos militares na política; não fez as reformas políticas necessárias, ampliou mordomias e privilégios — além da corrupção, que tira a legitimidade e a confiança do eleitor nos agentes públicos. Ao tolerar e fortalecer o espírito corporativista, a democracia divide o país em múltiplas repúblicas com interesses particulares antagônicos. Prisioneira da armadilha do imediato, dedicada a administrar os conflitos de grupos no presente. A democracia é devedora”...

Leia mais em: https://veja.abril.com.br/coluna/cristovam-buarque/democracia-devedora/

 

 

 

 

 

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