THEODIANO BASTOS
Aos nascermos sabemos que um dia vamos morrer e não
se sabe quando e como, infelizmente.
Aos 39 anos minha mãe morreu de Doença de Chagas e eu
tinha apenas 11 anos e os sete irmãos ficaram órfãos, o caçula com apenas 8 meses,
uma tragédia, mas aprendi a não temer a morte.
O principal medo do vírus é a morte. Aos 84 anos, vivencio uma guerra mundial contra o Coronavírus, um inimigo invisível, poderoso, mutante e traiçoeiro e o Brasil está com a saúde pública em colapso e caminha rapidamente para 300 mil mortes e já somos uma ameaça para o mundo já com quase 3 milhões de mortes, é a realidade.
MEDO: 8 dicas de como você pode superar esta sensação!
Superar
o medo: 8 dicas de como você pode lidar com esta situação!
(psicologiaviva.com.br)
ISABEL ALENDE, famosa escritora chilena, autora do
livro A Casa dos Espíritos, sobrinha de Salvador Alende, ex presidente do
Chile, assassinado pela tropas de Pinochet, diz em seu texto sobre O MEDO DA
MORTE:
“percebi que a
morte é como o nascimento - uma transição, um limiar - e perdi o medo pessoal.
Neste momento, se apanhar o vírus - tenho 77 anos e
pertenço
ao grupo dos mais vulneráveis - posso morrer.
E esta possibilidade, neste momento da minha vida, apresenta-se muito
clara, mas olho-a com curiosidade e sem medo.
O que esta pandemia me tem ensinado é a libertar-me
de coisas. Nunca foi tão claro para mim que preciso de muito pouco para viver.
Não preciso comprar, não preciso de mais roupas, não preciso ir a lugar
nenhum, nem viajar. Agora, vejo que tenho coisas demais.
Não necessito de mais de dois pratos!
Começo a perceber quem são os verdadeiros amigos e
as pessoas com quem eu quero estar."
E quando questionada sobre o ensinamento da pandemia
para o coletivo, Isabel respondeu:
"Ensina-nos a fazer a triagem das prioridades e
mostra-nos a realidade. Esta pandemia sublinha as desigualdades de oportunidade
e recursos em que vive a sociedade em um nível global. Alguns passam a
pandemia num iate e outros passam fome, nas ruas ou em casa fechados.
Também traz a mensagem de que somos uma única
família.
O que acontece com um ser humano em Wuhan tem um
reflexo no planeta inteiro.
Estamos todos ligados e isso é uma evidencia.
Na realidade, a ideia tribal de que estamos separados por grupos e que podemos
defender o nosso pequeno grupo dos outros grupos é uma ilusão.
Não existem muralhas ou paredes que possam separar as
pessoas.
O vírus trouxe uma nova mentalidade e, atualmente, um
grande número de pessoas, entre eles criadores, artistas, cientistas, jovens,
homens e mulheres, caminham para uma nova normalidade.
Eles não querem voltar à normalidade antiga.”
O vírus convidou-nos a desenhar um novo futuro.
O que sonhamos para nós como humanidade global?
Percebi que viemos ao mundo para perder tudo.
Quanto mais se vive, mais se perde.
Primeiro, a gente perde os pais ou pessoas muito
queridas, os animais de estimação, alguns lugares. E
depois, lentamente, vamos perdendo
as nossas próprias faculdades físicas e mentais.
Não podemos viver com medo. O medo estimula um futuro "turvo"
para ser vivido no presente.
É necessário relaxar e apreciar o que temos e viver
o agora".
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