por Theodiano Bastos
Em 1953 o governo do Brasil
se convenceu de que a III Guerra Mundial estava a caminho e deu início a mobilização abrindo voluntariado
nas Forças Armadas e aos 17 anos me apresentei como voluntário para servir FAB,
na Base Aérea de Natal/RN.
Fiquei na Base Aérea de Salvador para ser levado de avião para Natal, mas com o suicídio de Getúlio em agosto de 1954 acabei viajando pelo Rodrigues Alves, do Loyde Brasileiro, navio que transportava cargas e passageiros.
Completei 18 anos no Centro de Instrução Militar de Natal, dentro da Base Aérea.
Éramos 1.523 recrutas do Norte e Nordeste, de uma Força Especial, treinados por tenentes e sargentos do Exército, sobre o comando de uma capitão. A maioria da Bahia e Pernambuco.
Era um treinamento duríssimo para uma Guerra Mundial.
Aprendemos a usar todo tipo de arma, desde Colt 45, mosquetão com baioneta
calada, metralhadoura Tompson, Ponto 30 e Ponto 50, uso de máscaras contra guerra
química etc.
O militar recebe treinamento
para matar.
Havia também outro Centro de Instrução Militar, treinado pelo
Exércio, no Campo dos Afonsos no Rio, com recrutas do Sul e Sudeste.
Mas houve o armistício e 50% desses recrutas permaneceram em
Natal, e a outra metade voltou para as bases de origens e tive a sorte de
voltar para a Base Aérea de Salvador.
Em 1956 fui mandado para o Parque de Material Aeronáutico de SP unidade que é responsável pela
manutenção dos caças de primeira linha da FAB e que funciona no Campo de Marte na capital paulista, para ser
treinado por seis meses como almoxarife dentro do PADM – Pacto de Auxílio e
Defesa Mútua que existia entre o Brasil os Estados Unidos e a Inglaterra.
Na aeronáutica só o perfeito é aceitável, pois nas aerovias
não existem acostamento, se aprendia.
HISTÓRIA:
A Guerra da Coreia foi um conflito que aconteceu na
Península da Coreia (1950 e 1953) entre os diferentes governos que haviam sido
formados na Coreia do Norte e na Coreia do Sul. Esse conflito foi um dos mais
mortais de todo o século XX, causando um total de 2,5 milhões de vítimas. Também contribuiu para
agravar a divisão existente entre as duas Coreias.
Antecedentes
A guerra que se
iniciou em 1950 foi resultado direto da divisão que existia na península e que
havia sido imposta por Estados Unidos e União Soviética ao final da Segunda Guerra. Esse conflito refletiu a tensão que
existia por causa da bipolarização do mundo no contexto da Guerra Fria.
A Península da
Coreia era alvo desde o começo do século XX da interferência estrangeira,
sobretudo dos japoneses, que haviam anexado a península ao seu território em
1910. A ocupação da Coreia pelo Japão foi ratificada pela assinatura do Acordo de Anexação Coreia-Japão. Esse acordo deu início
à ocupação da Coreia por cidadãos japoneses.
A ocupação da
Coreia materializou-se a partir da formação de colônias japonesas no território
coreano. Os japoneses tomavam as terras produtivas até então ocupadas pelos
coreanos e faziam coreanos a prestar trabalhos forçados (e muitos eram enviados
ao Japão exatamente para cumprir essa finalidade). Além disso, a ocupação
japonesa ficou marcada por diversos crimes sexuais cometidos contra coreanas.
Por causa da
violência da ocupação japonesa, os coreanos aliaram-se ao esforço de guerra dos
americanos contra os japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. O grande sonho
dos coreanos ao expulsar os invasores japoneses era o de garantir a
independência da Coreia, porém, o que os coreanos não esperavam é que as
potências da guerra tinham outros interesses para a península.
Durante a Conferência de Potsdam, realizada em julho de 1945,
americanos e soviéticos determinaram que a Península da Coreia seria dividida
em duas zonas de influência. O Paralelo 38 seria
o marco divisor. A parte norte foi entregue à influência soviética, e a parte
sul foi entregue à influência americana.
Guerra
entre as Coreias
A divisão da Coreia
estabeleceu que as potências estrangeiras ocupariam militarmente a região
durante um período e contribuiriam para a formação de governos alinhados a sua
esfera de influência. Com isso, foram estabelecidos Kim Il-sung e Syngman Rhee como
governantes da Coreia do Norte e Coreia do Sul, respectivamente.
Os dois governos
estabelecidos nas diferentes Coreias alimentavam para si a esperança de
conduzir a reunificação da Coreia sob a sua liderança. Na Coreia do Norte, Kim
Il-sung manteve extenso contato com os soviéticos, o que lhe garantiu um apoio
econômico e militar. No caso da Coreia do Sul, o governo passou a perseguir
ativamente todo e qualquer movimento popular que tivesse ligação com o
comunismo.
A ocupação militar
da Coreia do Norte pelos soviéticos foi encerrada em 1948, e a da Coreia do
Sul, em 1949. A tensão existente entre as duas Coreias intensificou-se após o
fracasso das eleições em 1948. No caso da Coreia do Norte, ações começaram a
ser tomadas no sentido de promover a invasão da Coreia do Sul.
A intenção de
invadir a Coreia do Sul foi manifestada pelo governante norte-coreano Kim
Il-sung, que queria unificar a península sob seu controle. Para que isso fosse
possível, procurou convencer Josef Stalin a apoiar os norte-coreanos. O
governante soviético, a princípio, ficou receoso, pois temia que a ação contra
a Coreia do Sul levasse a um confronto direto contra os EUA.
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Stalin convenceu-se
a apoiar os norte-coreanos, pois temia que os chineses ganhassem influência na
região caso os soviéticos se recusassem a cooperar. Os soviéticos também se
convenceram porque os norte-coreanos afirmavam que a invasão da Coreia do Sul
seria realizada de maneira rápida e eficiente e não permitiria uma reação dos
EUA.
Os soviéticos
forneceram, principalmente, auxílio em suprimentos e armas aos norte-coreanos.
Uma vez garantido o auxílio soviético, os norte-coreanos iniciaram os
preparativos para a invasão da Coreia do Sul. A invasão aconteceu de fato a
partir do dia 25 de junho de 1950, quando as tropas norte-coreanas
ultrapassaram a fronteira estabelecida no Paralelo 38.
Uma vez iniciada a
invasão da Coreia do Sul pelas tropas norte-coreanas, a reação internacional
foi quase imediata. No dia 27 de junho de 1950, foi divulgada a Resolução 83 do Conselho de Segurança da ONU, na qual foi aprovada a intervenção estrangeira no
conflito que estava sendo travado na Coreia. A intervenção estrangeira mobilizou,
principalmente, forças americanas.
Fases
da guerra
A Guerra da Coreia
apresentou três fases distintas. A primeira fase desse
conflito ocorreu entre junho e setembro de 1950, quando o predomínio das forças
foi exercido pelos norte-coreanos, que conseguiram encurralar as tropas
sul-coreanas em um estreito espaço de terra conhecido como Perímetro de Pusan.
A segunda fase ocorreu entre setembro e outubro de
1950 e foi caracterizada pelo predomínio das forças sul-coreanas e das tropas
americanas. A interferência americana no conflito iniciou-se após a Batalha de
Pusan, que garantiu a defesa desse perímetro. A partir do desembarque de tropas
americanas em Inchon, os exércitos norte-coreanos foram obrigados a recuar.
O recuo das tropas
norte-coreanas levou as forças aliadas a ultrapassar a fronteira do Paralelo 38
e encurralar as forças norte-coreanas no norte da Península. A possibilidade de
derrota dos norte-coreanos resultou no envio de tropas pela China. A interferência chinesa nesse conflito ocorreu
pelo temor do governo chinês de que uma vitória dos americanos levasse a uma
invasão do território chinês.
Por fim, a terceira – e maior – fase da guerra iniciou-se quando os chineses
entraram no conflito em outubro de 1950. A entrada dos chineses permitiu que as
forças se colocassem em situação de equilíbrio. Os norte-coreanos conseguiram
empurrar os aliados para as proximidades do Paralelo 38 e, nos anos seguintes,
a guerra foi travada sem grandes alterações de cenário.
A longa extensão, a
quantidade de mortos e a indefinição do cenário resultaram em negociações por
um armísticio em Panmunjom. Uma trégua foi assinada em 27 de julho de 1953.
Essa trégua deu fim ao conflito, apesar de as duas nações nunca terem assinado
um acordo de paz que colocasse um fim oficial na guerra. Passados mais de 60
anos desde a guerra, a relação entre as Coreias ainda é bastante tensa. FONTE:https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/guerra-da-coreia.htm
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