sábado, 18 de outubro de 2025

Neurocientista espanhol relata o que viveu durante sete segundos de morte clínica: 'Mais real que a própria realidade'

 

Ele ficou morto por sete segundos, revelou o que lembra daquele momento e deixou todos sem palavras 

                                  Por THEODIANO BASTOS

Álex Gómez Marín diz ter visto uma luz dourada e sentido “uma paz absoluta” durante o episódio; experiência mudou sua visão sobre a vida e a morte

lembra daquele momento e deixou todos sem palavras — Foto: Reprodução/La Nacion

As experiências de quase morte sempre despertam curiosidade e espanto — tanto na comunidade científica quanto entre pessoas que buscam compreender o que acontece no limite entre a vida e a morte. Quem passa por situações extremas costuma relatar sensações difíceis de explicar, como a visão de uma luz intensa, uma profunda sensação de paz ou a impressão de estar fora do próprio corpo. Desta vez, o relato vem de um homem que ficou clinicamente morto por sete segundos e contou o que viveu nesse breve, mas marcante, intervalo de tempo.

Trata-se do neurocientista Álex Gómez Marín, pesquisador do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), na Espanha, que afirma ter vivido uma experiência transformadora. Em entrevista recente aos jornalistas Bruno Cardeñosa e Silvia Casasola, no programa La Rosa de los Vientos, o cientista descreveu o que aconteceu e disse que o que sentiu “não se compara com nada que já tenha experimentado antes”.

— Não foi um sonho nem uma alucinação, foi algo mais real que a própria realidade — afirmou, destacando que seu relato desafia qualquer explicação racional ou científica.

No livro La ciencia del último umbral (“A ciência do último limiar”, em tradução livre), Gómez Marín narra o episódio que mudou sua visão sobre a existência. Há alguns anos, ele sofreu uma hemorragia interna que o deixou hospitalizado por vários dias e o levou a um estado crítico. Nesse período, viveu o que descreve como uma experiência transcendental:

— Estive sete segundos do outro lado. Estava em um poço com uma luz dourada acima e três guias espirituais que me ofereciam ajuda para sair. Nesse momento, pensei em minhas filhas pequenas e pedi para voltar.

Segundo ele, durante esses segundos não sentiu medo nem angústia, apenas uma profunda calma.

— Lá não é preciso pensar, simplesmente se sabe. Eu sabia que tudo estava bem — relatou com serenidade.

A experiência, segundo o neurocientista, deu-lhe uma nova perspectiva sobre a vida e sobre os limites entre o corpo e a consciência. Apesar de afirmar que não é uma pessoa religiosa, Gómez Marín diz acreditar que “o sagrado existe e vai além do material”.

— Durante muito tempo o materialismo nos disse que só existe a matéria. Mas o amor, a dor e a consciência também são reais, ainda que não possam ser medidos — afirmou.

Meses atrás, ele já havia abordado esse tema em uma conversa com o médico Manuel Sans Segarra, refletindo sobre como experiências de quase morte podem mudar a percepção da existência.

O cientista reconhece que o medo da morte é um dos temores mais universais, mas diz que sua vivência o fez encará-la de forma diferente.

— Acho que morrer é algo muito bonito. Temos muito medo, mas quem já esteve com um pé lá e voltou sabe que é uma experiência bela. E, enquanto isso, é importante lembrar que também há vida antes da morte — concluiu.

FONTE: https://oglobo.globo.com/mundo/epoca/noticia/2025/10/18/neurocientista-espanhol-relata-o-que-viveu-durante-sete-segundos-de-morte-clinica-mais-real-que-a-propria-realidade.ghtml

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